(Ref. 18304)
Lisboa; Officina de Miguel Deslandes; In-8º de (16)501(5) páginas; Encadernado
"...com muitas cousas notaveis, que ha nelle. Copiada de diversos authores, Chronistas approvados, & authenticos Geographos. Segunda impressão correcta & emendada."
Dividido em três livros, este trabalho trata em cada um deles a história da Europa, Ásia e África.
Inocêncio V, 356: “Frei Manuel dos Anjos (2º), Franciscano da Congregação da Terceira Ordem, Procurador e Secretario geral da provincia, e Ministro do convento da Esperança, junto a Belmonte. Foi sabio e virtuoso, segundo dizem os seus biographos, e principalmente o seu confrade Fr. Vicente Salgado no Catalogo (ms.) dos escriptores da terceira Ordem. Nasceu no logar de Manteigas, bispado da Guarda, e foi em 1595. Morreu no collegio de Coimbra em 1653. «Segunda edição, Lisboa, por Miguel Deslandes 1702. 4.º de XVI-501 pag.» Advirta-se que há duas edições realmente diversas, mas com eguais indicações nos frontíspicios, tendo uma e outra a nota de Segunda: sendo porém que uma d`ellas, depois da data «1702» segue dizendo: Á custa dos herdeiros de Domingos Carneiro, declaração que na outra se não acha. Têem ambas egual numero de paginas, etc., porém differem visivelmente nos caracteres typograficos. Há tambem Quarta edição, Lisboa, por Manuel Fernandes da Costa 1735. 4.º de XVI-462 pag. A proposito d`esta obra diz o Arcebispo Cenáculo nas suas Mem. Hist., pag. 136: «Vê-se ella hoje com indifferença, porque depois de seculo e meio em que se tem escripto n`aquella immensa materia com muita variedade, e com a extensão que conhecem os doutos, seria cousa rara, se ainda aquella Historia fizesse novidade: em seus dias « (refere-se ao auctor)» não eram vulgares similhantes collecções de noticias historicas, que abrangessem o terreno que Deus entregou aos cosmopolitas. Por aquella fórma parece aquella historia haver sido a primeira n`este reino em seu genero de compendio universal; e se a mocidade a aprendesse não seria bisonha em conhecimentos úteis, e que a levassem a buscar os factos da historia, pois que o auctor não os desconheceu absolutamente, merecendo mais pelo seu século a desculpa dos críticos, aos quaes hoje é facil ver melhor»…E quanto ao estylo e locução …que usa de bastante linguagem, mas tem já novidade, e os periodos compostura estudada». Pertence á epocha da decadência da língua, mas ainda assim tem seu merecimento, e póde ser contado entre os bons da sua edade.”
Exemplar com encadernação da época em pergaminho flexível, com escritos na mesma e nas folhas de guarda. Miolo em bom estado de conservação geral.